'Não se importe, não se apegue, não ligue, não procure, não fique em cima, não seja disponível…E verá como tudo se torna mais fácil.'
Isso deveria ser o lema que procurei minha vida toda seguir. Mas que coisa difícil essa, heim? Veja bem, você consegue não se importar, não se apegar, não ligar, não procurar, não está disponível praquela pessoa pela qual você tem um carinho imenso? Por mais que você queira, é tão raro...
Os relacionamentos humanos são tão complexos, tão cheios de altos e baixos, que me pergunto se seguir esse lema realmente faria das coisas mais fáceis ou se isso apenas camuflaria uma situação. De toda forma, estou nessa de não se importar, não se apegar, não está disponível. A questão é: eu fiz o contrário durante quase 2 anos. E quando você cria uma rotina de certa dependência, quebrar vínculos, amenizar sentimentos, se tornam ainda mais complexos e ainda mais difíceis. Você fica numa encruzilhada. E ninguém gosta de se sentir sem saída.
Você se pega perguntando se conseguirá manter certa distância dessa pessoa. E você realmente quer isso. Afinal, quem quer se importar com alguém que não tá muito ai pra você? Quem quer se apegar a alguém que não quis se apegar a você? Ninguém.
Só que, as coisas não são assim. Isso não é só questão de escolha. Você precisa controlar sua dependência. Eu por exemplo, me sinto totalmente dependente de uma pessoa. Sinto necessidade de conversar com ela, de ser notada por ela. Definitivamente, ela é a primeira pessoa que penso quando preciso desabafar; quando preciso de um abraço; de uma palavra de amigo. E isso, ao passo que é maravilhoso, é angustiante. Porque, enquanto estou me distanciando, tem uma força que me puxa ainda mais pra perto dessa pessoa. E, às vezes, eu não consigo com ela e acabo cedendo. Frustrante.
E quando isso acontece, me pego perguntando se essa pessoa se sente um pouco dependente de mim. Se ela às vezes sente vontade de conversar comigo quando algo está errado ou até quando esta tudo perfeitamente bem; se pensa em mim, quando precisa de um abraço, de um conselho, de um ombro amigo. Às vezes, eu acho que não. E é isso que me faz ter força novamente pra tentar me distanciar de novo. E o ciclo se repete. Dia após dia.
Até Deus já foi questionado por isso. Teimo em acreditar que deve haver um motivo. Mas não acho que justifique tamanho grau de dependência, a ponto de me fazer ficar até com certo ciúme.
Independente disso, acho que ultimamente, devo procurar levar a sério esse lema. Não sei se conseguirei transformá-lo em algo duradouro, e quem sabe, criar em mim um novo sentimento, uma coisa mais fria em relação a essa pessoa. Mas, a todos resta o beneficio da dúvida, portanto, acho que devo usar o meu.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Clariceando
Quer saber o que eu penso? Você agüentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara à tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir… Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
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