Todo mundo conhece alguém que já partiu. Um familiar, um amigo, alguém próximo ou não a você. E, hoje, no dia dois de novembro, saímos para rezar pela alma de quem já se foi, na esperança que tenha encontrado um lugar melhor pra viver. Na esperança de que essa pessoa viva no paraíso, com Deus, Maria, Jesus... rodeada de anjinhos. Ou que apenas, tenha encontrado a verdadeira paz.
Quando tinha 11 anos, perdi minha avó. Lembro como se fosse hoje daquele dia. Um domingo. Era madrugada e minha avó estava internada no Hospital do Coração se recuperando de uma cirurgia cardíaca. O telefone da minha casa tocou. Eu acordei e fiquei com preguiça de atender. Um tempo depois, alguém tinha atendido o telefone. Desse momento até o meu pai ir me acordar é confuso. As imagens se sobrepõem. Acho que por conta da sonolência.
Meu pai chegou no meu quarto, sentou-se ao meu lado e disse baixinho, pra não acordar minha irmã: " Silvia, vou ao hospital com sua mãe. Ligaram de lá, pedindo que fossemos. Quando amanhecer, seu tio virá pegar vocês."
Não entendi porque tinham ligado tão cedo do hospital. Mas não discuti, e então voltei a dormir. Quando amanheceu, meu tio nos levou para sua casa. Naquele dia, também resolvi ir a missa. Pedi proteção a minha avó, esperando que ela saísse logo da UTI e fosse pra casa. A uns dias, tinha tido um sonho estranho com ela. A vi na UTI com aquela danação de fios e ligada a vários aparelhos. Queria que ela fosse logo pra casa...
Quando voltei da missa, minha tia sentou-se ao meu lado e disse: "Silvinha, tenho uma noticia ruim para você. Você lembra o que o padre disse na missa hoje? (coincidencia ou não, a liturgia era sobre morte) Sua avó foi morar com papai do céu. Ela faleceu hoje de madrugada. Sinto muito..." E me abraçou.
Imediatamente comecei a chorar. Chorei, chorei, chorei. Tinha perdido o chão naquela hora. Minha avó. Minha segunda mãe. MINHA AVÓ estava morta.
Minha prima conversou comigo depois, tentando me acalmar, quase que inutilmente. Eu disse que queria ir pro velório, ir ao enterro.
Quando cheguei no velório, vendo todo mundo de preto, ou com cores escuras demais, chorando, abraçando um e outro... Chorei novamente. Não conseguia acreditar que realmente minha avó tinha falecido.
Lutei pra criar coragem e chegar ao caixão. Tinha medo. Enfim, consegui... Minha avó estava inchada, meio roxa.. Pensava: "Vó, o que aconteceu com a senhora? Volta, por favor! Quer que eu tire esses algodões?" Eu queria tirar aqueles malditos algodões. E se ela acordasse? Não conseguiria respirar... Mas minha avó, estava tão linda. Mesmo com o inchaço e a roxidão. Ela tava com aquela expressão de "eu estou em paz". Sabe, naquele momento, eu pensei... " Ela viu meu avô. Meu avô e meu tio, seu filho que morreu tão cedo. Eles que vieram pega-la. Ela ta feliz" Ai, tentei dar um esboço de sorriso.
Isso foi há 7 anos. Há 7 anos sinto a falta da minha avó. Há 7 anos imagino que onde ela estiver, está feliz, junto a seu marido, seu filho, sua mãe... Protegendo a mim, minha irmã, minha mãe, suas outras filhas, seus outros netos.
Há 7 anos sei que minha avó esta sempre de olho em mim. Esteve comigo todos os dias. Desde os dias qualquer, até os mais importantes e felizes: meus 15 anos, vestibular, aprovação... Tenho certeza que no dia que saiu aquele resultado, que eu passei, minha avó fez uma festa onde quer que ela estivesse. Melhor, tenho certeza que ela veio comemorar comigo. Que chorou junto, que riu junto. Que ficou feliz junto.
Esse é o sétimo dia de finados. É a sétima vez que realmente percebo que minha avó se foi. Porque nos demais dias, é como se ela estivesse fazendo uma longa viagem mas que já já tá chegando. Faz 7 anos.
Eu sei, sei que estarás sempre a me proteger. A me guiar. Me ajudando a fazer as melhores escolhas. Ficando feliz quando eu finalmente acertar. Brigando comigo quando eu errar. Sei que me acompanhas todos os dias pela minha trajetória, no desejo de eu conseguir ser alguém nesse mundo.
Eu te amo, vovó. Sinto tanto a tua falta.
Quando tinha 11 anos, perdi minha avó. Lembro como se fosse hoje daquele dia. Um domingo. Era madrugada e minha avó estava internada no Hospital do Coração se recuperando de uma cirurgia cardíaca. O telefone da minha casa tocou. Eu acordei e fiquei com preguiça de atender. Um tempo depois, alguém tinha atendido o telefone. Desse momento até o meu pai ir me acordar é confuso. As imagens se sobrepõem. Acho que por conta da sonolência.
Meu pai chegou no meu quarto, sentou-se ao meu lado e disse baixinho, pra não acordar minha irmã: " Silvia, vou ao hospital com sua mãe. Ligaram de lá, pedindo que fossemos. Quando amanhecer, seu tio virá pegar vocês."
Não entendi porque tinham ligado tão cedo do hospital. Mas não discuti, e então voltei a dormir. Quando amanheceu, meu tio nos levou para sua casa. Naquele dia, também resolvi ir a missa. Pedi proteção a minha avó, esperando que ela saísse logo da UTI e fosse pra casa. A uns dias, tinha tido um sonho estranho com ela. A vi na UTI com aquela danação de fios e ligada a vários aparelhos. Queria que ela fosse logo pra casa...
Quando voltei da missa, minha tia sentou-se ao meu lado e disse: "Silvinha, tenho uma noticia ruim para você. Você lembra o que o padre disse na missa hoje? (coincidencia ou não, a liturgia era sobre morte) Sua avó foi morar com papai do céu. Ela faleceu hoje de madrugada. Sinto muito..." E me abraçou.
Imediatamente comecei a chorar. Chorei, chorei, chorei. Tinha perdido o chão naquela hora. Minha avó. Minha segunda mãe. MINHA AVÓ estava morta.
Minha prima conversou comigo depois, tentando me acalmar, quase que inutilmente. Eu disse que queria ir pro velório, ir ao enterro.
Quando cheguei no velório, vendo todo mundo de preto, ou com cores escuras demais, chorando, abraçando um e outro... Chorei novamente. Não conseguia acreditar que realmente minha avó tinha falecido.
Lutei pra criar coragem e chegar ao caixão. Tinha medo. Enfim, consegui... Minha avó estava inchada, meio roxa.. Pensava: "Vó, o que aconteceu com a senhora? Volta, por favor! Quer que eu tire esses algodões?" Eu queria tirar aqueles malditos algodões. E se ela acordasse? Não conseguiria respirar... Mas minha avó, estava tão linda. Mesmo com o inchaço e a roxidão. Ela tava com aquela expressão de "eu estou em paz". Sabe, naquele momento, eu pensei... " Ela viu meu avô. Meu avô e meu tio, seu filho que morreu tão cedo. Eles que vieram pega-la. Ela ta feliz" Ai, tentei dar um esboço de sorriso.
Isso foi há 7 anos. Há 7 anos sinto a falta da minha avó. Há 7 anos imagino que onde ela estiver, está feliz, junto a seu marido, seu filho, sua mãe... Protegendo a mim, minha irmã, minha mãe, suas outras filhas, seus outros netos.
Há 7 anos sei que minha avó esta sempre de olho em mim. Esteve comigo todos os dias. Desde os dias qualquer, até os mais importantes e felizes: meus 15 anos, vestibular, aprovação... Tenho certeza que no dia que saiu aquele resultado, que eu passei, minha avó fez uma festa onde quer que ela estivesse. Melhor, tenho certeza que ela veio comemorar comigo. Que chorou junto, que riu junto. Que ficou feliz junto.
Esse é o sétimo dia de finados. É a sétima vez que realmente percebo que minha avó se foi. Porque nos demais dias, é como se ela estivesse fazendo uma longa viagem mas que já já tá chegando. Faz 7 anos.
Eu sei, sei que estarás sempre a me proteger. A me guiar. Me ajudando a fazer as melhores escolhas. Ficando feliz quando eu finalmente acertar. Brigando comigo quando eu errar. Sei que me acompanhas todos os dias pela minha trajetória, no desejo de eu conseguir ser alguém nesse mundo.
Eu te amo, vovó. Sinto tanto a tua falta.
"O dia dos mortos é um dia de respeito, dedicado para que as famílias celebrem a vida eterna dos seus entes falecidos, tendo esperança de que tenham sido recebidos pelo reino de Deus."
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